O que fazer no Espírito Santo: guia completo de experiências, cultura e história!
O Espírito Santo é um dos menores estados do Brasil em extensão territorial, mas é enorme em diversidade cultural, belezas naturais e experiências únicas. Com deslocamentos rápidos e seguros, você pode sair do litoral capixaba, como Vitória ou Vila Velha e, em menos de uma hora, já estar nas montanhas de Domingos Martins.
Neste artigo, vamos explorar o que fazer no Espírito Santo e mergulhar não só nos roteiros turísticos, mas também na história, na cultura e na identidade do povo capixaba, sem esquecer das marcas do passado colonial que ainda impactam o presente.

História do Espírito Santo: além da colonização
A versão oficial diz que Vasco Fernandes Coutinho chegou ao Espírito Santo em 23 de maio de 1535, desembarcando na atual Prainha de Vila Velha. Como era a oitava de Pentecostes, o território foi batizado de Espírito Santo, em homenagem à terceira pessoa da Santíssima Trindade.
O que geralmente não é contado é que essa chegada marcou o início de um processo violento de ocupação. O território já era habitado por diferentes povos originários, que foram expulsos, mortos ou forçados a se submeter às dinâmicas coloniais impostas pelos portugueses. A divisão das terras em sesmarias, como se fossem "terras abandonadas", ignorava completamente a presença e o modo de vida dos indígenas.
Em 1549, por causa dos constantes ataques indígenas (resistência legítima à invasão), Coutinho fundou um novo núcleo numa ilha montanhosa, a atual Vitória. E foi só após um confronto em 8 de setembro de 1551, marcado como "vitória portuguesa", que a cidade passou a ser chamada de Vila da Vitória. A data, no entanto, também representa a dor de povos que resistiam ao apagamento.
Por que o termo "Capixaba"?
Você já deve ter se perguntado: quem nasce no Espírito Santo é capixaba ou espírito-santense? A resposta envolve a língua tupi e a resistência indígena.
Segundo estudiosos da língua tupi, capixaba significa "roçado", "terra limpa para plantação". Era assim que os povos indígenas da região chamavam suas plantações de milho e mandioca, principalmente na ilha onde hoje está Vitória. Com o tempo, os colonizadores passaram a usar o termo para se referir aos próprios indígenas da ilha, e posteriormente à população em geral.
Ou seja, originalmente capixaba era o indígena da ilha de Vitória. Com o tempo, o termo se popularizou e hoje é usado para designar todos os nascidos no Espírito Santo. Mas ainda existem variações locais: quem nasce em Vila Velha é chamado de canela-verde, por exemplo.
Cultura capixaba: raízes indígenas, africanas e imigrantes
O Espírito Santo é um verdadeiro caldeirão de diversidade cultural. Suas expressões populares e costumes são o resultado da mistura entre tradições indígenas, africanas e de diversos grupos de imigrantes, italianos, alemães, pomeranos, libaneses, entre outros que se estabeleceram no estado ao longo dos séculos.
As manifestações culturais capixabas são ricas e únicas, podendo ser observadas nas danças, festas populares, práticas religiosas, no artesanato e até no modo de viver de cada município. Um dos ritmos mais tradicionais do estado é o congo, presente em todo o território capixaba. Com raízes afro-brasileiras, o congo faz referência à ancestralidade, aos santos de devoção, ao amor e ao mar.
Outro destaque é o ticumbi, com suas violas, pandeiros e cantorias rimadas em louvor a São Benedito, um símbolo da resistência negra no Brasil. No município de Muqui, o Encontro Nacional de Folia de Reis e o Boi Pintadinho no Carnaval também celebram a cultura popular capixaba.
A panela de barro é talvez o símbolo mais conhecido do artesanato do Espírito Santo. De origem indígena, essa tradição tem sido passada de mãe para filha há pelo menos 400 anos e é tombada como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Para quem gosta de história, o Espírito Santo também oferece verdadeiras viagens ao passado. É possível visitar os casarios tombados de Muqui (mais de duzentas construções históricas), o Porto de São Mateus, Santa Leopoldina, que recebeu a visita de Dom Pedro II, o Convento da Penha e os edifícios históricos do Centro de Vitória.
Como chegar ao Espírito Santo
Se você está planejando sua viagem e quer saber como chegar ao Espírito Santo, a boa notícia é que o estado é bem conectado tanto por via aérea quanto por rodovias.
Vitória, a capital, recebe voos diretos de diversas cidades brasileiras, incluindo:
- Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont)
- São Paulo (Guarulhos e Congonhas)
- Belo Horizonte
- Campinas
- Brasília
- Salvador
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Por via terrestre, Vitória está a aproximadamente 520 km do Rio de Janeiro, via BR-101. Para evitar o trânsito da periferia da capital, recomenda-se sair da BR-101 na altura de Guarapari e seguir pela Rodovia do Sol, que é duplicada e leva até Vitória via Vila Velha.
Se o seu destino for Guarapari, saiba que a cidade está a pouco mais de 50 km de Vitória, com acesso fácil também pela Rodovia do Sol (atenção: há cobrança de pedágio).
Para subir a serra e visitar a charmosa Domingos Martins, basta acessar a BR-262 a partir de Viana.
Qual a melhor época para visitar o Espírito Santo?
Com clima agradável durante todo o ano e dias frequentemente ensolarados, o Espírito Santo pode ser visitado em qualquer época. As chuvas são bem distribuídas ao longo dos meses, o que contribui para a constância climática em grande parte do estado.
A alta temporada começa por volta de 20 de dezembro e vai até o final de janeiro. Durante esse período, as praias ficam cheias, os hotéis mais caros e as reservas antecipadas são essenciais. É a época ideal para quem gosta de agito e quer aproveitar o verão no litoral capixaba.
Já no inverno, cresce a procura pelas cidades serranas, como Domingos Martins e Pedra Azul. O clima mais ameno, os festivais culturais e as paisagens das montanhas tornam essa uma excelente opção para quem busca sossego, gastronomia típica e turismo de natureza.
Se você prefere viajar com mais tranquilidade, considere os meses de março, abril, setembro e novembro, fora da alta temporada, com clima ainda favorável e preços mais atrativos.
Roteiro de 5 dias no Espírito Santo: praias, montanhas e espiritualidade
Quer explorar o Espírito Santo de forma prática e rica em experiências? Este roteiro de 5 dias combina litoral, montanhas, cachoeiras e até espiritualidade. Começamos em Vitória e seguimos por cidades próximas com deslocamento fácil.

Dia 1 – Chegada em Vitória e orla da capital
Vitória é o ponto de partida ideal para explorar o estado. A cidade recebe voos diretos de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Campinas. Se estiver vindo de carro, são cerca de 520 km do Rio pela BR-101.
Aproveite o primeiro dia para conhecer a orla de Camburi, a Ilha do Boi, e o centro histórico da capital. No fim da tarde, atravesse a Terceira Ponte e conheça Vila Velha. Não deixe de provar o chocolate da fábrica da Garoto e caminhar pela Praia da Costa.
Dia 2 – Mosteiro Zen Morro da Vargem e praias de Guarapari
Pegue a Rodovia do Sol e siga até Ibiraçu (cerca de 67 km) para visitar o Mosteiro Zen Morro da Vargem, o primeiro mosteiro budista da América Latina, rodeado por Mata Atlântica regenerada.
Na volta, siga para Guarapari pela mesma rodovia (mais 50 km) e passe a tarde nas praias: Peracanga, Bacutia e Praia do Morro são ótimas opções. Pernoite na cidade ou volte a Vitória (viável para quem prefere um bate-volta).
Dia 3 – Cachoeira de Matilde (Alfredo Chaves) e Gruta do Limoeiro (Anchieta)
Saia cedo rumo a Alfredo Chaves, a cerca de 95 km de Vitória, para visitar a famosa Cachoeira de Matilde, também conhecida como Cachoeira Engenheiro Reeve. A queda de 70 metros impressiona e o entorno é perfeito para quem curte natureza e esportes de aventura.
No mesmo dia, aproveite para seguir até Anchieta (cerca de 50 km de distância) e visitar a Gruta do Limoeiro, considerada o sítio arqueológico mais importante do Espírito Santo. Dentro dos seis salões da gruta foram encontradas ossadas de indígenas da etnia puris e vestígios de habitação humana com mais de 4.500 anos. Uma parada ideal para quem se interessa por história e arqueologia.
Retorno a Vitória ao final do dia ou pernoite em Guarapari, se preferir dividir o deslocamento.
Dia 4 – Montanhas capixabas: Domingos Martins, Pedra Azul e Venda Nova do Imigrante
Suba a serra pela BR-262 até Domingos Martins (55 km), cidade charmosa de colonização alemã com clima ameno e bons restaurantes locais.
Continue até o Parque Estadual da Pedra Azul (47 km a mais), onde trilhas leves levam a mirantes com vista para a famosa pedra de coloração azulada. Ideal para fotos e contato com a natureza.
Se tiver tempo, siga até Venda Nova do Imigrante, a 30 km de Pedra Azul. A cidade é conhecida por preservar fortemente a cultura dos colonos italianos, evidenciada na culinária, nos eventos típicos e na receptividade dos moradores. Uma boa pedida é visitar propriedades rurais com venda de queijos, vinhos, massas artesanais e doces típicos.
Pernoite em uma das pousadas aconchegantes da região.
Dia 5 – Litoral Sul: Piúma
No último dia, desça a serra e siga para Piúma, no litoral sul (cerca de 100 km de Pedra Azul via BR-101). A cidade é tranquila, com praias ideais para famílias e casais.
Conheça a Praia Pau Grande (boa para surfe), Maria Neném (calma e rasa para crianças) e a badalada Praia de Piúma, também chamada de Praia do Corujão. É um ótimo lugar para relaxar antes de retornar à sua cidade de origem.
Finalizando com o pôr do sol no Morro do Moreno
Para fechar sua viagem com chave de ouro, programe-se para assistir ao pôr do sol do alto do Morro do Moreno, em Vila Velha. Situado em plena área urbana e cercado por remanescentes da Mata Atlântica, o local oferece uma das vistas mais impressionantes da Baía de Vitória, das pontes e da imensidão do mar capixaba.
Com cerca de 190 metros de altura e 614 mil m² de área, o morro faz parte de uma Unidade de Conservação e atrai tanto moradores locais quanto visitantes em busca de trilhas, esportes ao ar livre ou simplesmente um momento de contemplação. O visual, especialmente ao entardecer, é inesquecível.
Além da beleza natural, o Morro do Moreno tem valor histórico. Durante o período colonial, o colono português João Moreno foi nomeado por Vasco Fernandes Coutinho para ocupar o topo do morro como ponto de observação e defesa contra ataques de corsários.

Dica final: não viaje sem seguro viagem
Por mais que a viagem seja dentro do Brasil, imprevistos acontecem, principalmente em roteiros que envolvem trilhas, praias e deslocamentos por rodovias. Um bom seguro viagem garante mais tranquilidade e assistência em casos de emergência médica, extravio de bagagem ou necessidade de cancelamento.
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