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O Carnaval de São Paulo é uma das maiores festas populares do Brasil

Com milhares de foliões nas ruas e uma programação que cresce a cada ano, o Carnaval de São Paulo deixou de ser coadjuvante na sombra da folia carioca para se tornar protagonista de uma celebração única. Mas você sabia que essa transformação foi construída ao longo de décadas?

O que antes era uma festa discreta e comedida, ganhou corpo, cor e identidade própria, misturando ritmos, histórias e povos.

Hoje, os desfiles luxuosos no Sambódromo do Anhembi dividem holofotes com a multiplicidade de blocos de rua espalhados pela cidade. O resultado? Uma festa democrática, diversa e criativa, um verdadeiro retrato da alma paulistana.

A história do Carnaval de São Paulo remonta ao final do século XIX, com influências do "entrudo" português, uma festa popular onde as pessoas jogavam água, farinha e líquidos umas nas outras. Aos poucos, esse costume foi sendo substituído por eventos mais organizados, como os corsos (desfiles de carros enfeitados) da elite.

Enquanto isso, nas periferias e regiões operárias da cidade, surgiam os cordões carnavalescos, precursores das escolas de samba, com forte presença da cultura afro-brasileira. 

Nomes como Vai-Vai (1914), Paulistano da Glória (1910) e Campos Elyseos (1912) foram essenciais na formação do samba paulistano, um ritmo mais percussivo e "puxado para o batuque", como descreveu Plínio Marcos.

Em 1937, nascia a primeira escola de samba da cidade: o Grêmio Recreativo Escola de Samba Lavapés, no bairro do Cambuci, adotando o modelo estrutural das escolas cariocas.

Blocos de rua tradicionais em São Paulo

O Carnaval de rua em São Paulo ganhou força nas últimas décadas e se tornou um símbolo de expressão popular. O que antes era apenas um complemento ao desfile das escolas de samba, hoje mobiliza milhões de foliões nas ruas da cidade em festas gratuitas, abertas e cheias de personalidade. Com centenas de blocos licenciados pela prefeitura, a cidade se transforma em um grande palco a céu aberto. 

Muitos desses blocos ainda mantêm elementos de desfile, com bateria, carro de som, fantasias e enredos temáticos, embora com estrutura mais informal. A graça está justamente nessa espontaneidade: é chegar, dançar e se perder entre as cores, maquigens coloridas,acessórios, batuques e sorrisos, tudo isso com a alma da capital paulista como pano de fundo. 

Bloco Esfarrapado:

Fundado em 1947 no bairro do Bixiga, é o mais antigo bloco de rua de São Paulo e uma verdadeira relíquia do carnaval paulistano. Criado por um grupo de amigos boêmios e apaixonados pela folia, o Esfarrapado nasceu com o espírito de preservar as tradições carnavalescas de antigamente — aquelas com marchinhas, fantasias improvisadas e muito bom humor.

Até hoje, o bloco sai às ruas com bonecões, estandartes, banda ao vivo e foliões de todas as idades, mantendo viva a essência dos antigos cordões.

O desfile costuma acontecer no domingo anterior ao Carnaval, partindo da Praça Dom Orione, e é um dos mais emocionantes da cidade, reunindo famílias, antigos moradores do bairro e novos foliões em uma celebração marcada pela memória afetiva e pelo amor à cultura popular.

Acadêmicos do Baixo Augusta;

Criado em 2009, o Acadêmicos do Baixo Augusta se consolidou como um dos maiores e mais emblemáticos blocos de São Paulo. Seu cortejo atrai multidões para a região da Consolação e Augusta, com uma proposta que vai além da folia: o bloco carrega um forte caráter político e cultural, promovendo mensagens de cidadania, diversidade e ocupação do espaço urbano. 

Com trio elétrico, bateria potente e convidados ilustres (como artistas e personalidades públicas), o desfile é um espetáculo que mistura crítica social, arte e muita música

A cada edição, o bloco escolhe um tema para embasar seu manifesto e chamar atenção para causas relevantes, tornando-se uma verdadeira plataforma de ativismo carnavalesco. Além disso, o clima irreverente e acolhedor do Baixo Augusta conquista foliões de todas as tribos, transformando a rua em um espaço de celebração e resistência.

Ilú Obá De Min:

Fundado em 2005, o Ilú Obá De Min é um bloco afro paulistano que se destaca por exaltar a cultura negra e o protagonismo feminino. Com um desfile que mistura dança, canto e percussão, o grupo homenageia divindades femininas do candomblé e figuras históricas da resistência negra

O cortejo acontece tradicionalmente na sexta-feira de Carnaval, com saída da região central de São Paulo, e transforma as ruas em um espetáculo de força ancestral, arte e empoderamento. O nome, que significa "as mulheres que tocam tambor para o rei Xangô" em iorubá, já dá a dimensão da força cultural que o bloco representa.

Vai Quem Quer e Banda Redonda:

Dois blocos emblemáticos que mantêm viva a essência do carnaval tradicional paulistano. O Vai Quem Quer surgiu como uma manifestação espontânea e debochada no centro da cidade, reunindo foliões com fantasias inusitadas e muita sátira política.

Já a Banda Redonda, que desfila desde os anos 1970, mistura humor, crítica social e marchinhas clássicas em um cortejo que percorre a região da Sé com instrumentos de sopro, batuques e um público fiel que se reúne ano após ano.

Ambos preservam o espírito irreverente e carnavalesco das ruas de São Paulo, conquistando pessoas de todas as idades com sua energia contagiante e senso de comunidade.

Blocos de rua em março: um encontro com a folia e os realzetes 💜

Em março de 2025, a energia do carnaval continuou a tomar conta de São Paulo com blocos de rua incríveis espalhados pela cidade. Como todo ano, a Prefeitura de SP lançou um site oficial com todas as informações para os foliões se organizarem e curtirem com segurança, e o site blocosderua.com também foi um grande aliado nessa missão carnavalesca.

Foi nesse clima de alegria que a Real Seguro Viagem marcou presença pela primeira vez no meio da folia! Estivemos no bloco Tarado Ni Você, um dos mais queridos da cidade, distribuindo água, nécessaire, bolsasacola (sim, essa bolsa que é tudo numa viagem!) e, claro, muito carinho para nossos viajantes foliões.

Essa ação foi especial porque amamos estar perto das pessoas, vivendo a cultura de verdade — e o carnaval é uma das manifestações culturais mais intensas e apaixonantes do Brasil. Entre confetes e serpentinas, conversamos, ouvimos histórias de viagens incríveis (e alguns perrengues também, porque faz parte!), e reforçamos o nosso propósito: segurança e cuidado também fazem parte da diversão.

Foi uma troca inesquecível. Saímos de lá com glitter no rosto, suor debaixo do sol e o coração cheio de alegria por ver nossos realzetes espalhando sorrisos e curtindo com responsabilidade.

Escolas de Samba Paulistanas

O desfile das escolas de samba paulistanas acontece no Sambódromo do Anhembi e é uma verdadeira vitrine de criatividade, carregada de história, ancestralidade e o talento das comunidades.

Entre as mais tradicionais, essas são destaques:

Camisa Verde e Branco: Uma das escolas mais antigas, com forte histórico de vitórias.

Nenê de Vila Matilde: Escola da zona leste, com enredos marcantes e identidade forte.

Unidos do Peruche: Com história ligada à tradição do samba paulista e à luta das comunidades negras.

Vai-Vai: Fundada em 1930, é a maior campeã do Carnaval de SP.

Como curtir o Carnaval em São Paulo?

Sabemos como é importante curtir a folia com tranquilidade, economia e segurança para aproveitar ao máximo essa vivência cultural sempre uma das mais marcantes do ano. Pensando nisso, listamos as melhores dicas:

1. Onde se hospedar

A escolha da hospedagem pode fazer toda a diferença na sua experiência de Carnaval em São Paulo. Regiões com acesso fácil ao metrô facilitam bastante a locomoção, principalmente se você pretende circular por diferentes blocos ou economizar com transporte.

Bairros como Vila Mariana, Bela Vista, Consolação, Barra Funda e República são opções bem localizadas, com conexões rápidas às principais linhas do metrô. Mas o carnaval de rua em São Paulo vai muito além do centro! 

A Zona Leste também tem ganhado cada vez mais espaço na folia, com blocos animados e cheios de identidade, como os que rolaram em Tatuapé, Mooca, São Miguel Paulista, Cidade Tiradentes, Penha, Guaianases, Vila Prudente, São Mateus, Ermelino Matarazzo, Itaquera e Sapopemba em 2025.

Vale pensar no que você busca viver: proximidade dos blocos mais conhecidos? Acesso fácil ao transporte? Ou uma experiência mais local e afetiva nos bairros? São Paulo tem carnaval pra todo tipo de folião e todas essas vivências importam.

2. Transporte e mobilidade

Durante o carnaval, o carro deixa de ser prático. Com ruas bloqueadas e grande fluxo de pessoas, o transporte público é a melhor pedida. O metrô funciona com operação reforçada, e os ônibus seguem circulando em muitas regiões da cidade.

Se for usar apps de mobilidade, fique de olho nos bloqueios de vias e combine pontos de encontro fora da muvuca. E, claro, caminhar também faz parte da folia, então escolha calçados confortáveis!

3. Segurança e bem-estar

Carnaval é alegria, mas com consciência! Leve só o essencial: documento, celular (de preferência em capinhas anti-roubo) e dinheiro trocado. Prefira usar pochetes, doleiras ou bolsas pequenas transversais.

Se puder, curta em grupo, é mais divertido e seguro. Não esqueça o protetor solar, mantenha-se hidratado, faça pausas quando precisar e cuide de quem estiver ao seu lado. O carnaval é coletivo.

4. Eventos alternativos

Além dos blocos, a cidade oferece festas fechadas, shows, bailes retrô e celebrações temáticas para todos os estilos. 

Participar do Carnaval de São Paulo é muito mais do que pular carnaval. É viver a história da cidade, conhecer suas comunidades, celebrar a diversidade cultural e sentir o batuque que pulsa nas ruas. Venha com respeito, alegria e energia para vivenciar uma das maiores festas do país!